PARADIGMA DE EXCELÊNCIA MUSICAL
Este é o melhor grupo que ouço desde... desde... huuuuummmm... desde 91, com o RHCP do fantástico "BloodSugar...". Muita, muita coisa que conheci (desde então) deixou-me chapado, inebriado, embasbacado. São tantas as bandas acima e muito acima da média que, quero deixar claro o motivo, correria o claro risco de ser injusto por algum esquecimento. Agora mesmo enlouqueci com o Big Elf, e tenho dado a atenção devida ao SOAD. Ambos são espetaculares, sem dúvida, mas o QOTSA está em outro nível. Sua capacidade de surpreender o ouvinte com mudanças bruscas (e simultaneamente coerentes) em seu caminho musical é algo de espetacular. Reparem que o conjunto permanece longe de uma classificação, sem apelar para exotismos instrumentais/posturais. Caras com talento em dose suficiente para alternar momentos docemente pops e aqueles plenos de fúria. Vejam, não é uma fúria despropositada, livre de um sentido; trata-se de energia inteligente, direcionada, desconcertante. Sempre há um detalhe criativo a se destacar em suas passagens. E tudo feito - basicamente - pelo trio guitarra-baixo-bateria. Os arranjos não se preocupam em chamar para si uma atenção total: refinam o peso e demonstram que a superposição de camadas sonoras por si só não adiciona qualidade. Não há uma bolacha como a outra em sua discografia. Cada qual assume posição única no contexto pretendido. E, por fim, Josh, Olivieri e cia, definitivamente, modelaram uma MÚSICA SINGULAR, uma maçaroca de timbres estranhos, gritarias necessárias, silêncio, pausas e guinadas rítmicas/harmônicas/melódicas. Cubra tudo isto com atitude real e jogue para as (pequenas) massas. Aqui está o nome para ombrear com os mitos dos anos 60/70. O QOTSA é do tamanho dos gigantes.
LACAIO, O CAVALO LOUCO