Sexta-feira, 17 de dezembro de 2004, às 11:00hs. Meu velho tio Rômulo "Papai Noel" Sarcinelli acabara de perder a sua derradeira batalha no planeta Terra. AVC's (derrames cerebrais) sucessivos, infecção óssea generalizada e um corpo fragilizado pelo excessos médicos que buscavam sua recuperação não resistiram. É uma batalha desonesta, onde o homem luta contra forças infinitamente superiores a ele. Aonde isso leva ou os fins a que se propõe, ninguém jamais responderá.
Os excessos da juventude mais uma vida desregada e bohêmia consumiram sua saúde por décadas. Fumante convicto, ex-pinguço, abandonou a família há muito e por ela fora abandonado quando mais precisara. 1 X 1 no jogo da vida. Exceto por meu pai, minha mãe e meu tio "Preto", as pessoas mais fantásticas que eu já conheci. Dessas últimas recebeu todo o carinho e apoio para cruzar a grande ponte.
Leva para longe as tardes de baralho regadas à discussões homéricas, cervejadas mil e canastrices passadas à minha geração, já tão calhorda.
Morreu abandonado pelos seus. Mas junto de nós. Agora, como fora desde que aqui chegou, subitamente, já é um de nós, para sempre.
Descanse em paz, bicho louco e boa praça do caralho!
Seu Sobrinho que te ama,
Ricardo.